segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O Olhar

É engraçado como muito do que chamamos de problemas nasce em nossos próprios olhos. Explico: Nosso olhar, nossa atitude diante das coisas, determina nossa interpretação dos fatos e, em seguida, nossa resposta a eles.

Se os olhos forem bons, boa parte do que seria diagnosticado como problema vira simplesmente fato da vida, coisa corriqueira, e deixa de vir pra dentro como um problema, como peso e treva.

Jesus relacionou a qualidade do olhar – um olhar bom – ao corpo cheio de luz. E a Luz, além de nos permitir ver as coisas de forma mais clara, não pesa.

O olhar ruim gera toda sorte de processos mentais adoecidos e reações de compensação e neuroses, além de não nos permitir usufruir da vida de maneira mais alegre e completa. Traz muito sofrimento desnecessário pra nós e pra quem está a nossa volta.

Cuide pra que teu olhar seja bom, e a vida ficará incomensuravelmente mais leve!

Otto

Curitiba - Paraná

terça-feira, 7 de julho de 2009

Criação, criatividade e seres cria(ca)tivos. A criação em cativeiro e os cativeiros dos seres na sua propria criação.

Nas parábolas de Jesus encontramos as mais diferentes figuras.

Há homens bons, homens maus, religiosos, não-religiosos, gente humilde e gente soberba. 

Gente que perdoa, gente que cobra com juros e gente que é perdoada. 

Há pais, há filhos, há irmãos, há família. Enfim, há o mundo todo, eu, você e Ele. Ele sempre!. 

Há também a criação servindo-nos de exemplo, e isso há em abundancia no ensino de Jesus: sementes, solo, árvores e animais que nos dão lições de como a vida é e de como a vida deve ser. 

É nesse sentido que Paulo também nos diz algo valioso: Deus se manifesta pela obra de suas mãos, por meio das coisas criadas. 

Isso ficaria obvio pra nós, como era pra Paulo - que ouvia os gemidos da criação, clamando por ser redimida - se tão somente parássemos um pouco pra contemplar a Deus em tudo o que Ele criou. 

Só que a gente não para! 

Não para pra ver, pra ouvir, pra sentir...

Não vê as aves, não olha as flores, não descansa mais sob a sombra das árvores, e seus frutos, a grande maioria de nós – homens urbanos – só vê mesmo nas gôndolas dos supermercados.Já nem mais os percebemos como frutos, apenas como produtos que a gente consome na correria do dia-a-dia.

Encaixotamos a criação! 

E pior, tendemos a tentar fazer o mesmo com seu Criador, que virou até "capitalista" aos olhos da grande maioria dos cristãos. (?!?!) 

Esse "deus" do capital, ao qual serve-se sem perceber - ou pior, há muitos o servindo de forma deliberada - Jesus jamais chamaria de Pai, alias chamou mesmo por um nome: Mamon. 

O Pai de Jesus é outro! 

O Pai de Jesus não pode ser contido por nada! 

Não se vende e não vende coisa alguma, mas dá a todos em abundancia. Manda a chuva sobre as cabeças de todos os homens: justos e injustos. Faz o sol brilhar pra todos debaixo dele e Dele! 

O Pai de Jesus é criativo e generoso! 

Qual de nossas pinturas contemplaria os muitos matizes de uma floresta, ainda que retratando tal paisagem? 

O que, em toda a nossa arquitetura se compararia a uma simples árvore, que serve de casa à pássaros e muitos outros seres? 

Arvores, montanhas, campinas e ribeiros nunca saem de moda, a criação de Deus não sofre desse surto! Pois o próprio Deus que nela se dá a conhecer é isento de quaisquer modismos, Ele é eterno! 

O Eu-Sou, embora possa dar-se a conhecer num mundo de múltiplas cores e formas e em constante movimento e mutação, Ele mesmo, não muda, não varia...e não surta!

A gente é que surta, o tempo todo! Vivemos correndo atrás do vento ao invés de senti-lo. Corremos, corremos e corremos - inventamos até formas aerodinâmicas pra corrermos ainda mais e inclusive contra o vento. 

E quem o escuta? O vento do Espírito-que-sopra-como-o-vento? Quem se arrisca a planar em suas correntes?  

O homem gosta mesmo é de vidro, de plástico e de aço e tudo o mais que o espelhe - onde a criação é apenas, e quando muito, "paisagismo". Narciso é sua imagem perfeita, e nele esquece-se de tudo o que não seja reflexo do si-mesmo. 

Somos seres pedrados - ou seria melhor dizer de plástico, atualizando a metáfora para os nossos dias? 

Já que nossos ídolos também já não são mais de pedra, nem de bronze ou ouro....Não! Não fazemos mais bezerros, preferimos os cavalinhos, desde que num símbolo, no capô de uma Ferrari.  

E o ouro virou silício, plasma, cristal liquido...

Exagero??? Será?!

Pode ser...mas pare pra pensar: a que você dedica seu tempo e seus mais intensos esforços e desejos? Como usa a maior parte do seu tempo e recursos? 

Até corpos, hoje, viram esculturas de silicone vendidas de muitas maneiras no nosso mercado-global (seja esse mercado real ou virtual).  

Seria eu um hipócrita maluco, falando de ídolos de silício, sentado frente a um computador, escrevendo esse texto - e o que é pior - num blog?! 

Não, não! De jeito nenhum! Longe de mim demonizar qualquer coisa! Coisas não têm tal poder, a não ser que a gente empreste a elas! 

A pergunta que importa fazer não é nova, mas continua sempre pertinente: Quem é que serve a que ou a quem?  

Teria sido aquele tal bezerro de ouro, chamado de ídolo, não fosse ele adorado como a um deus? 

Obviamente que não!

Ora, era apenas uma estátua! Perdia feio, em poder de sedução, pra toda a parafernália atual! Não contava com as "magias" da propaganda e nem dispunha de seu próprio mundo virtual, repleto de fantasias e projeções psíquicas. 

Seu poder atrativo vinha apenas do deserto! Não do deserto físico, nas areias do qual foi talhado, mas do deserto de alma dos homens e mulheres que o adoraram! 

E de almas desertas e sedentas o mundo continua cheio! Frente a tudo o que se vê e ao que foi aqui exposto, dá pra negar?!  

Por favor, pense nisso! 

Jesus nunca teve seu foco nas coisas, e nem fez parábolas sobre elas!




Otto


Perdizes - São Paulo

domingo, 28 de junho de 2009

Liberdade No Caminho

Há muito não sentia vontade de escrever. Hoje porem, às 3:20 da manhã, cá estou. Tenho andado às voltas com os emaranhados da minha alma, coisas íntimas e longínquas, duras de se lembrar e dolorosas quando nelas se toca, porém chaves de liberdade. Tenho andado ocupado com significados e re-significados, re-interpretações, re-memórias, de coisas congeladas, deixadas pra lá, das quais fugi e me afastei, mas que guardam imenso potencial de vida, pois carregam verdade em si. A verdade nunca é substituída pelo engano sem prejuízo, ainda que a desculpa seja a de tomar um atalho ou evitar a dor. Disso meu ser dá testemunho.

Conhecerás a verdade, e ela vos libertará, assim nos ensinou Aquele que é boa nova em tudo, restauração, re-significado e redenção. Pois bem, é nesse espírito que re-interpreto os fatos e os re-organizo. É nesse espírito que ganho forças pra olhar sinceramente pra dentro. E, sobretudo, é assim que conheço o Amor d’Ele como liberdade que alivia os fardos e pacifica o ser. Graça é o que nos ampara, não o que nos torna medrosos, é o que nos revela, não o que nos torna cegos. É pela Graça, e só por ela que posso olhar pra dentro, discernir quem sou e ainda assim ter paz com Deus. “Graça” que produz auto-engano é desgraça pura e não tem parte Naquele que diz de si mesmo: “Sou a verdade e a vida”.

Meu ser não veste terno, e sim farrapos...mas...mesmo rasgado, estou limpo. Mesmo desconexo, descontinuo e ambíguo tenho paz para, com agulha, linha e paciência, re-costurar as minhas entranhas. Fui lavado, sou amado - mesmo rasgado - o amor jamais ligou pra tais coisas. Sem ansiedade, vou caminhando No Caminho, e No Caminho sou curado, de glória em glória, de tropeço em tropeço, e de perdão em perdão. À minha frente, vejo O Alvo, e percebê-Lo é o que me basta, ainda que não veja mais nada além d’Ele.



Otto

Perdizes - São Paulo

sábado, 14 de fevereiro de 2009

O Escândalo da Cruz!

A Graça quebra as leis naturais de causa e efeito!

Sim, é isso mesmo, isso ocorre na Cruz que opera a salvação do homem a partir da livre iniciativa do Amor soberano de Deus e, como não podia deixar de ser, no ensino de Jesus.

Suas demandas de amor e perdão para com o próximo também anulam totalmente nossa lógica casuística, uma vez que nos fazem agir não de acordo com os insultos ou agressões que nos são dirigidos por outros, mas sim de acordo com a Graça que nos é dispensada pelo Amor do Pai, do qual todos somos alvos ininterruptamente!

Quem pode respirar, comer, beber e, conhecendo a Deus, negar o que eu disse no parágrafo anterior?

Jó nos ensina que um simples recolher de hálito divino já seria suficiente pra que toda a criação não mais existisse.

A vida então, é pura Graça, quem poderia fazer o quê pra pagar por ela?

Isso pra falar só do tempo...

E a eternidade?

A Graça acaba com qualquer presunção de barganha do homem com Deus, umas vez que Deus é livre e é Amor, e por isso é que vivemos.

Despidos de qualquer forma de auto-justificação, saibamos: mesmo a fé é dom de Deus, então, o que nos resta em nossa pretensão?

O justo, viveu, vive e viverá pela fé!

Aceitemos então o escândalo da Cruz!

Que é escândalo de nossas regras, dos princípios elementares da nossa ciência, que contradiz nossa lei de ação e reação e mostra que quando se fala de relacionamentos e santidade é esse escândalo da Cruz o que deve valer.

E então, nesse Caminho – Jesus – conheceremos verdadeira Vida e a Verdade nos libertará a cada amanhecer.

Vivemos pela Graça, todos nós!

Só abrindo mão da justiça própria, e nos sabendo pecadores, seremos justificados em verdade, pelo Único que é justo e que tira o pecado do mundo!




Otto, servo inútil!

Perdizes - São Paulo

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Simplicidade

Simplicidade, que essa seja a palavra de ordem!

Simplicidade que desconstroi arrogâncias, que cura neuroses, que anda em paz.

Simplicidade de olhos bons, de menos barulho e mais silencio.

Silencio da boca e atenção dos ouvidos.

Silencio da alma, que abre o coração.

Piegas?

Filosófico?

Romântico?

Não. Um projeto de ser, de viver!



Otto

Perdizer - São Paulo

sábado, 3 de janeiro de 2009

2009 e eternamente!

Sabe o que eu quero da vida? Quero encontros, casuais ou não, o importante é que sejam encontros, com gente sincera e de carne e osso – de plástico, as prateleiras já estão cheias! Quero coragem o suficiente pra me deixar envolver por um sonho, ou por muitos deles, quem sabe, e caminhar em sua direção com passos bem reais. Quero alguém que se disponha a mergulhar de cabeça no meu mundo, mas que também me permita fazer o mesmo no seu.

Quero rir sim, mas não como alienação, não o riso dos tolos, mas o riso dos que sorriem por gratidão. Quero ser útil, mas não utilitário. Quero ser provocador, gerar reflexões, em mim e no mundo. Quero a paz que não é a antítese da guerra, mas que pelo contrario, transborda do coração mesmo em meio às lutas. Quero chorar quando o choro for a atitude natural, deixando que as lagrimas me lembrem do que realmente importa. Não quero fugir da dor, nem busca-la tampouco, somente aprender com ela.

Quero saber olhar pra fora, pr'além do meu umbigo. Quero honestidade, pra que não me torne hipócrita e esperança pra não sucumbir ao cinismo. Quero força pra andar na contramão, de peito aberto, e também uma boa dose de loucura. Quero tornar-me surdo pra todas as falácias desse mundo de muitas vozes dissonantes e futilidades barulhentas. Quero ouvir a voz da Eternidade!




Otto

Perdizes - São Paulo